Ditadura do Moraes e STF
Politics
Jornalista Leandro Ruschel comenta a liberdade de Mauro Cid após homologar acordo de delação, Lava Jato e outras ações ilegais de Moraes
September 10, 2023
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Confira o texto de Leandro Ruschel feito no Twitter:

No caso de Mauro Cid, não foi "tortura"?

 

Reinaldo Azevedo, criador do termo "petralha", e outrora voraz crítico da esquerda, se transformou no maior propagandista do regime lulopetista, chafurdando cada vez mais fundo na lama da desonestidade intelectual.

 

Ele afirma que não se pode comparar a soltura de Mauro Cid após meses de prisão e assinatura de um acordo de delação, com a soltura dos condenados pela Lava Jato, porque no segundo caso, as prisões foram mais longas...

 

Ainda durante a semana, o ministro Toffoli escreveu o seguinte, em decisão que anulou a delação da Odebrecht, se referindo ao expediente de longas prisões preventivas: “...enfim, em última análise, não distinguiram, propositadamente, inocentes de criminosos. Valeram-se, como já disse em julgamento da Segunda Turma, de uma verdadeira tortura psicológica, um pau de arara do século XXI, para obter ‘provas’ contra inocentes”.

 

Realmente não há a menor comparação possível entre  a prisão e delação premiada de Mauro Cid, e o que ocorreu na Lava Jato.

 

Em primeiro lugar, as prisões e delações da Lava Jato ocorreram no âmbito do maior saque ao país da história, produzido para alimentar um projeto totalitário de poder, no Brasil e no exterior. Para refrescar a memória, a Odebrecht chegou a comprar um banco para dar conta do fluxo de propinas, além de ter montado um sistema inteiro de TI, com servidores na Suíça, para organizar o repasse do roubo, nas famosos planilhas de apelidos. Foi tudo confessado, não há dúvidas sobre o que aconteceu, como até mesmo os ministros Barroso e Fux reconhecem publicamente.

 

Além disso, as investigações da Lava Jato seguiram o rito estabelecido em lei: o MP abriu as investigações, e fez o pedido de prisões e oferecimento das denúncias, dando aos réus a oportunidade de ampla e defesa e do contraditório em outras TRÊS INSTÂNCIAS: TRFs, STJ e o próprio Supremo.

 

Vamos comparar com o caso do auxiliar do presidente, o tenente-coronel Cid: ele foi alvo de um inquérito que JÁ FOI ARQUIVADO PELO MP. Para quem não lembra, a PGR abriu investigação ainda em 2020 seguindo um pronunciamento de Bolsonaro em frente ao QG do Exército. A investigação foi chamada de Inquérito dos "Atos Antidemocráticos", e depois de ano, a PGR pediu o arquivamento, sem indiciar ninguém.

 

O ministro Moraes acatou o arquivamento, seguindo jurisprudência do Supremo que impede o juízo de contrariar decisão do MP neste caso, mas abriu outro inquérito de ofício, chamado pela imprensa de "Inquérito das Milícias Digitais", com basicamente o mesmo escopo e os mesmos alvos do inquérito arquivado, ao arrepio do ordenamento jurídico brasileiro. O ministro decidiu que ele mesmo deveria ser o relator de tal inquérito, por prevenção. E a partir daí, o MP pouco participou dos procedimentos, sendo sistematicamente ignorado em decisões como buscas e apreensões e prisões.

 

Tal inquérito segue a mesma lógica de outro, o verdadeiro ovo da serpente, chamado Inquérito das "Fake News", aberto por ofício ainda em 2019, para investigar supostos "ataques" à corte e aos ministros. Nesse inquérito, que segue aberto até hoje, mais de 400 pessoas já foram alvo, entre elas até mesmo auditores da Receita que investigavam transações suspeitas de ministros, além de influenciadores, jornalistas, empresários e políticos. Entre eles, um traço em comum: ser crítico da corte e seus ministros. Ou seja, é o inquérito aberto pelas supostas vítimas para investigar seus opositores.

 

Mas o escândalo não para por aí...

 

Mauro Cid foi preso por supostamente ter falsificado cartão de vacinação. O que isso tem a ver com "milícias digitais"? Nada... Mas para manter a investigação no mesmo inquérito, foi dado o triplo carpado jurídico, sugerindo que a falsificação dos cartões era um ato dentro da atuação das milícias digitais para questionar as vacinas.

 

Posteriormente, foi parar no inquérito a suposta venda de presentes recebidos pelo ex-presidente Bolsonaro. O que isso tem a ver com "milícias digitais"? Absolutamente nada...

 

O próprio conceito de "milícia digital" é ridículo. Se é para criminalizar a ação de militantes políticos nas redes, onde estão os militantes da esquerda no inquérito? Ora, o PT CRIOU no Brasil a militância digital, o que eles chamam desde 2012 de MAV (militância em ambiente virtual). Eles mantêm até hoje uma rede de blogs, bancados pelo poder público, para propagar suas ideias (alguns deles pegos em lavagem de dinheiro pela Lava Jato). E chegaram ao ponto de pagar influenciadores para fazer campanha, no chamado "Mensalão do Twitter".

 

Há até um deputado lulopetista que abertamente defende a mentira e a difamação como método de atuação nas redes, comemorado pela militância de redação como "janonismo cultural". Também é inegável que a própria imprensa brasileira é hoje uma grande "milícia de redação", operando a favor da esquerda, que busca censurar a internet, onde a direita ainda conta com algum espaço para questionar a hegemonia.

 

Não podemos esquecer que tanto Cid quanto Bolsonaro não tem mais foro privilegiado, portanto, casos como o da suposta venda de presentes deveria estar sendo investigado pela primeira instância.

 

O aspecto mais sombrio desses inquéritos é a impossibilidade prática de recursos. Quando Lula, e outros integrantes do esquema denunciado na Lava Jato foram investigados e julgados, eles puderam a todo momento recorrer em instâncias superiores.

 

Já nos inquéritos supremos, não há essa possibilidade, pois já se trata da última instância, e há claramente um espírito de corpo entre os ministros que impede qualquer revisão das decisões do ministro relator. Até hoje, nenhuma foi revisada, mesmo sendo polêmicas e questionadas por juristas de todo o espectro político.

 

Diversos advogados dos alvos desses inquéritos relatam que não conseguem nem mesmo acessar a integralidade dos autos, e têm muita dificuldade de marcar uma simples audiência com os magistrados instrutores. Quando um habeas corpus é dirigido a outro ministro, a decisão é sempre a mesma: a jurisprudência do Supremo impede que o ato de um ministro seja alvo do instrumento... e quando tais prisões são julgadas pelo colegiado, são sempre confirmadas.

 

Simplesmente, não há a quem recorrer.

 

No caso de Cid, não podemos esquecer que o MP foi contra a prisão. Agora, ele é solto depois de apresentar uma delação premiada. Ora, essa exatamente não era a principal crítica da esquerda contra a Lava Jato? Longas prisões preventivas como suposto "método de tortura"?

 

Mas até aí há uma diferença: na Lava Jato ninguém ficou preso sem que rapidamente tenha sido oferecida a denúncia, coisa que não ocorreu com Cid, nem com a maioria daqueles que foram alvo dessas medidas nos inquéritos. Há várias pessoas com passaporte cancelado, contas bancárias bloqueadas, perfis nas redes censurados e até prisões decretadas há meses, sem que haja apresentação da denúncia.

 

Perto do que ocorre nesses inquéritos supremos, os supostos abusos da Lava Jato representam uma brincadeira de criança. Se as conversas hackeadas da Lava Jato sugerem uma proximidade "imprópria" entre procuradores e juízo, na maioria dos casos desses inquéritos, nem há participação do MP nas decisões, só para dar um exemplo...

 

A verdade é que estamos diante de uma onda totalitária, em que o objetivo é a eliminação de qualquer oposição ao velho arranjo político oligárquico brasileiro, tendo hoje o lulopetismo como seu grande protetor. Qualquer oposição que não seja de estilo tucano deve ser "extirpada", como disse o descondenado, sob a desculpa esfarrapada de "defesa de democracia".

 

Ao final, querem colocar um ex-presidente na cadeia por conta da venda de um relógio que recebeu de presente, enquanto o atual ex-presidente foi descondenado, mesmo tendo sido julgado e condenado, em dois casos, em quatro instâncias, no maior escândalo de corrupção da história.

 

Lembrando que o atual presidente não se furta de aparecer com um relógio que também foi presente de autoridade, e que não foi declarado ao patrimônio público. Para a justiça brasileiro, e para a militância de redação, parece que “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.

 

Texto original: https://twitter.com/leandroruschel/status/1700874983377944665

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“Nós derrotamos o bolsonarismo”, diz Luís Barroso em congresso da UNE

“Nós estamos criando um futuro novo e enfrentando a desigualdade racial. De modo que eu saio daqui com a energia renovada, pela concordância e pela discordância. Porque essa é a democracia que nós conquistamos. Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas", diz Barroso.

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Ministro do STF, Gilmar Mendes defende a regulamentação das redes sociais e de órgão competente para fiscalizar.

Na entrevista para o Poder360 em 20.06.2023, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes defendeu a criação de regulamentação das redes sociais e que exista um órgão competente para realizar a fiscalização das plataformas.

“Esse é um debate que está posto, e não sei se será posto à Anatel ou outra agência que poderá ser criada, […] o importante é que haja uma definição sobre isso e que nós avancemos”, disse o magistrado.

Fonte: https://www.poder360.com.br/iii-simposio-telcomp/gilmar-mendes-fala-em-orgao-para-regulamentar-big-techs/

00:05:20
Jornalista Augusto Nunes faz denúncia de crimes feitos por Lula, Flávio Dino e Alexandre de Moraes sobre os atos de 8 de janeiro.

Declaração feita no programa "Oeste Sem Filtro".

00:01:33
NOSSO OBJETIVO // OUR OBJECTIVE

Esta página tem como missão, documentar as ações ilegais e inconstitucionais, e o processo de implementação de um sistema de ditadura realizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e pelo Supremo Tribunal Federal, de forma centralizada para o Brasil e o mundo.


(EN) This page's mission is to document illegal and unconstitutional actions, and the process of implementing a dictatorship system carried out by Judge Alexandre de Moraes and the Federal Supreme Court, in a centralized way for Brazil and the world.

  • Caso algum link não esteja funcionando, use o site "web.archive.org".

  • Email de contato: [email protected]

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Revista Oeste: PF faz operação em 18 Estados e no DF para prender manifestantes do 8 de janeiro

A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta quinta-feira, 6, uma operação para prender manifestantes do 8 de janeiro em 18 Estados mais o Distrito Federal. Conforme a PF, até o momento, agentes levaram 48 pessoas para a cadeia.

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“A PF continua realizando diligências para localização e captura de outros 169 condenados ou investigados considerados foragidos”, acrescentou a instituição, em nota.
(...)

Veja a matéria completa: https://revistaoeste.com/politica/pf-faz-operacao-em-18-estados-e-no-df-para-prender-manifestantes-do-8-de-janeiro/

Revista Oeste: PGR sugere à OAB que investigue conduta do advogado de Daniel Silveira

O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, sugeriu à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que investigue a conduta do doutor Paulo Faria, que atua na defesa de Daniel Silveira.

Faria se manifestou no âmbito de um pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para comprovar o pagamento de multa do ex-deputado, em virtude de supostas violações de medidas restritivas. Entre outros argumentos, Faria afirmou que Silveira não tem renda nem bens suficientes para quitar o débito.

Conforme Gonet, na petição apresentada à Justiça, Faria faltou com a “urbanidade” e usou expressões “com claro excesso”.

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(...)

Em nota enviada a Oeste, Faria classificou o episódio como “malabarismo jurídico”. “Primeiro, suprimem cem dias de ...

TÓPICOS // TOPICS

- Lista de jornalistas, parlamentares, influenciadores e outras pessoas que foram presos e/ou suas contas de redes sociais suspensas por ordem do ministro Alexandre de Moraes.

(EN) List of journalists, parliamentarians, influencers and other people who were arrested and/or suspended from social networks by order of Judge Alexandre de Moraes.

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3355880/lista-de-jornalistas-parlamentares-influenciadores-e-outras-pessoas-que-foram-presos-e-ou-suas-con)

 

English translation (https://tinyurl.com/3ztz3k7w)

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- O abaixo-assinado pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, com mais de 4 milhões de assinaturas

(EN) The petition for the impeachment of minister Alexandre de Moraes, with more than 4 million signatures

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/4516033/o-abaixo-assinado-pelo-impeachment-do-ministro-alexandre-de-moraes-com-mais-de-4-milh-es-de-assina)

 

English translation (https://tinyurl.com/584x3vcv)

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- Notícias internacionais sobre as ações de Moraes e STF

(EN) International news about Moraes and STF actions

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3368464/not-cias-internacionais-sobre-as-a-es-de-moraes-e-stf)

 

English translation (https://tinyurl.com/yc5ukdwk)

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- Editoriais de grandes jornais criticando ações de Alexandre de Moraes e o STF

(EN) Editorials from major newspapers criticizing actions by Alexandre de Moraes and the Supreme Court

 

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English translation (https://tinyurl.com/mr2mt59h

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- Todas as matérias sobre os atos de invasão na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro/2023

(EN) All articles about the acts of invasion at "Praça dos Três Poderes, Brasilia" on January 8, 2023

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/newsfeed?search=atos+8+de+janeiro)

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- Tudo sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que define Jair Bolsonaro como inelegível por 8 anos.

(EN) All about the decision of the Superior Electoral Court (TSE) that defines Jair Bolsonaro as ineligible for 8 years.

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English translation (https://tinyurl.com/bdfthv3h)

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- Em 11.05.2023, Câmara dos Deputados abre audiência sobre a censura no Brasil

(EN) On May 11, 2023, Deputies open hearing on censorship in Brazil

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/4011703/em-11-05-2023-c-mara-dos-deputados-abre-audi-ncia-sobre-a-censura-no-brasil)

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- Algumas das ações “imorais” e de CENSURA do Tribunal Superior Eleitoral nas Eleições de 2022

(EN) Some of the “immoral” and censorship actions of the Superior Electoral Court in the 2022 elections

 

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English translation (https://tinyurl.com/2s4jvsbm)

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- Inquérito das Fake News: porque o inquérito é completamente ilegal e inconstitucional.

(EN) Fake News Inquiry: Why the Inquiry is Completely Illegal and Unconstitutional.

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3355785/inqu-rito-das-fake-news-porque-o-inqu-rito-completamente-ilegal-e-inconstitucional)

 

English translation (https://tinyurl.com/uxxmvbae)

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- 5 anos de Inquérito das "Fake News", o Ato Institucional que acabou com a liberdade no Brasil

(EN) 5 years of Fake News Inquiry, the Institutional Act that ended freedom in Brazil

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/5371443/5-anos-de-inqu-rito-das-fake-news-o-ato-institucional-que-acabou-com-a-liberdade-no-brasil)

 

English translation (https://tinyurl.com/55heva5y)

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- Operação Fake News: Operação policial e quebra de sigilo bancário "ilegal" contra políticos e influenciadores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro

(EN) Operation Fake News: Police operation and breach of "illegal" bank secrecy against politicians and influencers who support President Jair Bolsonaro.

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3356054/opera-o-fake-news-opera-o-policial-e-quebra-de-sigilo-banc-rio-ilegal-contra-pol-ticos-e)

 

English translation (https://tinyurl.com/yckbr9v2)

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- Moraes determina operação “ilegal” contra empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

(EN) Moraes determines “illegal” operation against business supporters of President Jair Bolsonaro.

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3359385/moraes-determina-opera-o-ilegal-contra-empres-rios-apoiadores-do-presidente-jair-bolsonaro)

 

English translation (https://tinyurl.com/bddmme85)

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- Daniel Silveira, o deputado preso de forma ILEGAL por se expressar

(EN) Daniel Silveira, the deputy illegally arrested for expressing himself

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3367742/daniel-silveira-o-deputado-preso-de-forma-ilegal-por-se-expressar)

 

English translation (https://tinyurl.com/3mkn8y3d)

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- Tudo sobre a cassação ilegal de Deltan Dallagnol

(EN) All about the illegal impeachment of Deltan Dallagnol

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/4023457/tudo-sobre-a-cassa-o-ilegal-de-deltan-dallagnol)

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- Inquérito dos Atos Anti-democráticos 1 (2020)

(EN) Inquiry of Anti-democratic Acts 1 (2020)

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3372813/inqu-rito-dos-atos-anti-democr-ticos-1-2020)

 

English translation (https://tinyurl.com/asyuat4k)

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- Inquérito dos “Atos Anti-democráticos 2” e “Milícias Digitais”, e a prisão ilegal de Roberto Jefferson. 

(EN) Inquiry into "Anti-democratic Acts 2" and "Digital Militias", and the illegal arrest of Roberto Jefferson.

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3370366/inqu-rito-dos-atos-anti-democr-ticos-2-e-mil-cias-digitais-e-a-pris-o-ilegal-de-rob)

 

English translation (https://tinyurl.com/9f2xxzsr)

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- Censura na Revista "Crusoé": O início da "nova era" de censuras no Brasil

(EN) Censorship in "Crusoé" Magazine: The beginning of the "new era" of censorship in Brazil

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3374614/censura-na-revista-cruso-o-in-cio-da-nova-era-de-censuras-no-brasil)

 

English translation (https://tinyurl.com/29u7vfve)

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- Oswaldo Eustáquio (Parte 2): mais detalhes de AGRESSÕES SOFRIDAS APÓS O ACIDENTE e dentro do hospital em que estava

(EN) Oswaldo Eustáquio (Part 2): More details of aggression suffered after the accident and inside the hospital where it was

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3384045/oswaldo-eust-quio-parte-2-mais-detalhes-de-agress-es-sofridas-ap-s-o-acidente-e-dentro-do-hosp)

 

English translation (https://tinyurl.com/y5xbdj2y)

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- Oswaldo Eustáquio, o jornalista preso de forma ilegal que foi TORTURADO, ESPANCADO e ficou PARAPLÉGICO na prisão

(EN) Oswaldo Eustáquio, the illegally arrested journalist who was TORTURED, BEATENED and became PARAPLEGIC in prison.

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3379270/oswaldo-eust-quio-o-jornalista-preso-de-forma-ilegal-que-foi-torturado-espancado-e-ficou-parapl)

 

English translation (https://tinyurl.com/mr2cmted)

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- Operação Lume, a operação policial “ilegal” de 21 mandados de busca e apreensão contra um deputado e vários influenciadores, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro

(EN) Operation "Lume, the "illegal" police operation of 21 search and seizure warrants against a deputy and several influencers, supporters of President Jair Bolsonaro

 

(https://ditaduradomoraisestf.locals.com/post/3385652/opera-o-lume-a-opera-o-policial-ilegal-de-21-mandados-de-busca-e-apreens-o-contra-um-d)

 

English translation (https://tinyurl.com/2m26xu9z)

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Elon Musk enfrenta e expõe a ditadura e Moraes o inclui em inquérito para investiga-lo. Entenda o caso.

No dia 07 de abril de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, inclui o dono do X (Twitter), Elon Musk, no Inquérito das Milícias Digitais por suposto crime de obstrução à Justiça, e “inclusive em organização criminosa e em incitação ao crime”.

 

O ministro também aplicou uma pena de R$100.000 em caso de reativação de contas bloqueadas na rede social por ordem da Suprema Corte.

 

“Por que exige tanta censura no Brasil?”, havia dito Elon Musk, no dia 06 de abril de 2024, em um post no perfil de Moraes no X após a divulgação do “Twitter Files Brazil”, feito pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger.

 

No dia seguinte, Musk chama o ministro de “tirano”, “totalitário” e que deveria “renunciar ou sofrer um impeachment”. O empresário também afirmou que irá suspender todos os bloqueios de perfis da rede social ordenados por Moraes.

 

“Estamos levantando todas as restrições. Este juiz [Alexandre de Moraes] aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá. Mas os princípios são mais importantes do que o lucro”, declarou Musk.

 

Fontes:

1 - https://www.poder360.com.br/justica/moraes-abre-inquerito-contra-musk-para-apurar-obstrucao-a-justica/

2 - https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-04/moraes-quer-inclusao-de-elon-musk-em-inquerito-das-milicias-digitais/

3 - https://www.poder360.com.br/justica/por-que-exige-tanta-censura-no-brasil-pergunta-musk-a-moraes/

4 - https://www.conexaopolitica.com.br/judiciario/elon-musk-enfrenta-moraes-stf-contas-x-bloqueio/

 

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5 anos de Inquérito das "Fake News", o Ato Institucional que acabou com a liberdade no Brasil

Por Leandro Ruschel

Na próxima quinta-feira (15), o infame Inquérito das 'Fake News' completará 5 anos de existência, implementado pelo Supremo , transformando ministros em vítimas, investigadores, acusadores e julgadores de supostos 'ataques' contra eles.

É preciso registrar o que aconteceu nos últimos anos, visto que há um forte esforço por parte do regime Supremo-PT para reescrever a história, utilizando a imprensa, que hoje opera como mero braço de propaganda do regime.

Segundo a versão divulgada pelos jornais nos últimos dias, a operação Lava Jato, que completa dez anos, foi um processo de perseguição política contra Lula e o PT. O PT vai mais longe e afirma que a Lava Jato representou um 'ataque contra a política e a democracia', com o objetivo de instituir o 'fascismo' no Brasil. A reação das instituições serviu para "proteger a democracia" deste plano maligno.

Obviamente, nem os petistas acreditam nisso, mas, conforme disse Goebbels, o ministro de propaganda nazista, 'uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade'.

O que ocorreu no Brasil, desde os protestos de 2013, foi a tomada de consciência de um povo que esteve subjugado por mais de um século por uma elite patrimonialista, corrupta até o tutano e profundamente autoritária.

A elite tentou aplacar a fúria popular oferecendo a cabeça de Dilma, organizando a sua substituição pela lâmina tucana do Teatro das Tesouras, representada por Geraldo Alckmin. Não funcionou...

O 'outsider' Bolsonaro foi eleito, finalmente representando uma agenda de direita, após décadas de uma farsa democrática caracterizada pela alternância de poder entre petistas e tucanos, ambos com agendas de esquerda. Segundo o próprio FHC, os dois grupos, apesar de aparentemente antagônicos, perseguem os mesmos objetivos, apenas por caminhos distintos.

Bolsonaro representava uma ameaça ao sistema, mas, ao mesmo tempo, ofereceu a oportunidade para que uma operação de resgate do establishment fosse montada. Por um lado, o ex-presidente buscou, como tantas vezes ocorreu na história brasileira, a conciliação, o que se revelou seu maior erro.

Enquanto isso, o povo acreditou que a eleição de um presidente anti-sistema seria suficiente para refundar o Brasil. Ledo engano: o presidente possui poderes limitados.

Essa foi a janela de oportunidade de que o establishment precisava para iniciar sua reação. O objetivo era libertar Lula, anular suas condenações, bem como as de todos os seus comparsas, e neutralizar o governo Bolsonaro, retomando o controle absoluto do país.

Além disso, era essencial destruir qualquer possibilidade de que a revolta que levou Bolsonaro à presidência pudesse se repetir.

Aqui entra na história o Ato Institucional do Supremo, com o objetivo de proteger seus integrantes de possíveis investigações e críticas, além de censurar e perseguir investigadores e críticos.

Por meio de uma interpretação peculiar do Regimento Interno da corte, que permite a instauração de um inquérito por um ministro em caso de ocorrência de um crime em suas dependências, instaurou-se o inquérito 4781, posteriormente apelidado de 'Inquérito das Fake News'.

Desconsiderando o Ministério Público, Alexandre de Moraes foi escolhido diretamente pelo ministro Toffoli para conduzir as investigações, apesar dos protestos do ministro Marco Aurélio Mello, que reivindicava o sorteio do relator. Em seguida, Moraes selecionou uma equipe de delegados da Polícia Federal de sua confiança para liderar a 'investigação', diferentemente do que ocorre usualmente em operações policiais, em que cabe à corporação a designação dos delegados.

Inicialmente, o inquérito não despertou grande atenção do público, apesar de sua aparente ilegalidade. Como primeira decisão, indicativa de seu objetivo, bloqueou-se uma investigação da Receita Federal sobre possíveis inconsistências nas declarações de renda de autoridades, incluindo ministros do Supremo e suas esposas. Os auditores envolvidos foram suspensos.

Posteriormente, surgiu uma decisão que antagonizou a opinião pública e a imprensa em relação ao inquérito: uma reportagem da revista Crusoé divulgava a notícia bombástica de que Toffoli havia sido identificado por Marcelo Odebrecht em delação premiada como 'Amigo do Amigo do Meu Pai', termo utilizado nas comunicações internas da empresa. 'Amigo do Meu Pai' era a forma como Lula era mencionado nessas conversas.

O ministro Toffoli enviou um ofício ao ministro Moraes, relator do inquérito, solicitando providências. Moraes, então, determinou a retirada da matéria do ar, classificando-a como 'fake news'. Diante dos protestos generalizados da imprensa, Moraes recuou, atribuindo à PGR a responsabilidade por alegar desconhecimento do caso quando questionada por um jornal, o que ele teria interpretado como prova da falsidade da notícia. Posteriormente, foi confirmado que Marcelo realmente fez essa revelação em conversas com procuradores.

O Congresso também reagiu. Os senadores Alessandro Vieira e Randolfe Rodrigues apresentaram um pedido de impeachment contra os ministros Toffoli e Moraes em decorrência do inquérito.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, Rodrigues declarou: 'Esses dois ministros do Supremo estão levando as instituições a um nível de esgarçamento sem precedentes. Esse é um total abuso de autoridade, e esse abuso justifica o pedido de impeachment. Não há precedente na história do judiciário mundial de um órgão instaurar um inquérito, investigar e, depois, julgar o caso'. E acrescentou: 'Isso representa um retrocesso completo e uma ofensa jurídica à ordem constitucional do Brasil.

Estamos referindo-nos a abril de 2019, quando havia um receio na esquerda de que o Supremo pudesse alinhar-se ao governo Bolsonaro, devido a uma aparente aproximação entre seu presidente, o ministro Toffoli, e Bolsonaro. Daí a reação intensa de Randolfe Rodrigues, aliado de Lula, contra os ministros. Mais tarde, ao perceber que o inquérito seria usado para perseguir a direita, Rodrigues inverteu completamente sua posição, tornando-se um dos mais ardentes defensores do Supremo e dos seus inquéritos.

A procuradora-geral, Raquel Dodge, denominou o inquérito de 'tribunal de exceção' e solicitou seu arquivamento, o que, conforme a jurisprudência da corte, deveria resultar na conclusão do procedimento. No entanto, o ministro Moraes ignorou o pedido, e o inquérito prosseguiu.

As redes sociais, principais catalisadoras do levante popular contra o sistema e da eleição de Bolsonaro, fervilharam com as ações de censura do Supremo e as primeiras iniciativas do tribunal de enfraquecer a Lava Jato. Um exemplo foi o tratamento dos casos de corrupção identificados na Lava Jato como meros crimes eleitorais, resultando em sua remessa para a Justiça Eleitoral, onde, na maioria dos casos, as punições se limitariam a multas.

Diante da reação nas redes, tornou-se evidente para o establishment que, para implementar o plano de proteger todos os implicados pela Lava Jato, a começar pelo ex-presidente, era necessário silenciar as redes sociais e iniciar a prisão dos críticos.

Já antes da posse de Bolsonaro, a esquerda, com o apoio da imprensa, havia construído essa narrativa. O jornal Folha de São Paulo tentou interferir diretamente nas eleições por meio de uma reportagem controversa, entre o primeiro e o segundo turno, alegando a existência de uma operação para disseminar 'fake news' contra adversários via envios massivos pelo WhatsApp, supostamente financiada por empresários 'bolsonaristas'.

A reportagem não conseguiu mudar o rumo das eleições, mas serviu como fundamento para a posterior instituição da chamada CPMI das Fake News, destinada a investigar a 'manipulação das redes sociais" para favorecer candidatos de direita, por meio de 'discurso de ódio e fake news'.

Essa alegação não era nova e seguia a narrativa já adotada pela esquerda globalista. Segundo essa visão, a eleição de Trump teria sido resultado de manipulação nas redes sociais 'pelos russos', e o Brexit, consequência de campanhas ilegais promovidas por uma empresa especializada, entre outros exemplos.

Eles não conseguiam aceitar o fato de que a maioria dos eleitores rejeita a agenda extremista de esquerda, desejando a implementação de políticas conservadoras, rotuladas pela esquerda como 'fascistas'. Admitir esse fenômeno implicaria considerar a maior parte da população como 'fascista', uma abordagem inviável como estratégia eleitoral. Assim, optou-se pela narrativa de que essas pessoas estavam sendo enganadas.

Ao reunir elementos controversos do Congresso e diversos oportunistas que inicialmente surfaram na onda bolsonarista, mas acabaram rejeitados por seu próprio eleitorado e passaram a colaborar com a oposição, a CPMI não conseguiu comprovar nenhuma acusação de manipulação das redes sociais. Pelo contrário, no que se refere aos disparos em massa, por exemplo, evidenciou-se que o MDB e o PT utilizaram essa ferramenta com mais frequência do que a campanha de Bolsonaro.

Entretanto, a realidade era irrelevante. O sistema reconheceu a oportunidade de empregar a narrativa para perseguir e criminalizar a direita, visando sua exclusão da vida pública, permitindo assim que o antigo establishment retomasse o controle.

Assim procedeu-se. Relatórios da CPMI das Fake News, contendo listas negras de influenciadores, empresários, parlamentares, jornalistas, escritores e outras figuras proeminentes do movimento conservador, foram enviados ao Supremo, servindo como base para ações de censura e perseguição.

Em seguida, Lula foi libertado e a pandemia eclodiu, o que significativamente facilitou o esforço do establishment para desestabilizar o governo Bolsonaro e estabelecer um estado de exceção.

Em maio de 2020, dezenas de influenciadores foram alvos de buscas e apreensões, com a justificativa de que haviam solicitado o impeachment de ministros, criticado a leniência da Corte com a corrupção e, surpreendentemente, seguiam-se mutuamente no Twitter, o que seria a prova do crime!

A imprensa, um dos principais aparelhos da esquerda, começou a apoiar sistematicamente a perseguição. O Jornal Nacional veiculou extensas reportagens sobre as operações, justificando cada ato arbitrário cometido. Frequentemente, os veículos produziram conteúdos que foram utilizados como justificativa para medidas de busca e apreensão e até prisões, nos inquéritos persecutórios.

Paralelamente, uma operação de hacking gerou material que foi utilizado como pretexto para descreditar a Operação Lava Jato, sob a alegação de que os promotores do caso e o juiz Moro mantinham uma relação muito próxima e 'combinavam estratégias' para processar os suspeitos. Ironicamente, esses alegados abusos parecem insignificantes comparados às práticas observadas nos inquéritos do Supremo, incluindo aí longas prisões até que os suspeitos firmassem acordos de delação premiada, como ocorreu com assessor de Bolsonaro, Mauro Cid. O ministro Gilmar Mendes chegou a chamar tais práticas de 'tortura', durante a Lava Jato, mas não há registro de nenhuma crítica do ministro em relação à prisão de Cid.

Na Operação Lava Jato, havia a participação do Ministério Público (MP) e pelo menos três instâncias recursais disponíveis para investigados e réus. No entanto, nos inquéritos conduzidos pelo Supremo, em várias decisões, o MP não foi consultado, e, em outras, objeções a prisões e outras medidas foram completamente ignoradas. E o que dizer sobre a situação em que a vítima ordena a prisão do seu suposto 'agressor'?

Meses mais tarde, o Inquérito das Fake News gerou centenas de procedimentos semelhantes, todos conduzidos pelo mesmo ministro relator, compartilhando uma característica preocupante: a extrema dificuldade de exercer o direito de defesa. Advogados reportam dificuldades ou mesmo a impossibilidade de acessar os autos, resultando, na prática, na ausência de meios para recorrer. Pedidos de Habeas Corpus encaminhados a outros ministros são uniformemente negados, sob o argumento, conforme a jurisprudência do Supremo, de que um ministro não pode revisar atos de outro.

Quando alvos desses procedimentos reagiam de maneira mais intensa, essa reação era usada como pretexto para aumentar a repressão, exemplificado pelo caso do deputado Daniel Silveira, que se expressou agressivamente em uma transmissão ao vivo contra ministros e foi preso, levando à criação de um novo tipo penal: o flagrante perpétuo. De acordo com a decisão, se um vídeo está circulando nas redes sociais, considera-se que o crime ainda está ocorrendo... Foi essa a justificativa para a prisão do parlamentar, que, por lei, só poderia ser detido em flagrante. Posteriormente, a Corte chegou a derrubar um perdão presidencial para mantê-lo preso, após a saída de Bolsonaro do poder.

A cada nova fase da perseguição, mais indivíduos eram censurados e detidos. Empresas de mídia independentes foram assediadas e, em alguns casos, fechadas. Até mesmo um grande veículo de comunicação, a rádio Jovem Pan, está em vias de ser fechado. Muitos jornalistas optaram pelo exílio. Esse cenário ocorreu sob o aplauso da 'imprensa' e de entidades de esquerda, incluindo ONGs e universidades com seus laboratórios de monitoramento das redes sociais, focados em identificar conservadores para fins de perseguição. Inclusive, grupos autodenominados 'de direita', como o MBL, participaram ativamente deste processo, ajudando na criação de listas e dossiês durante a CPMI das Fake News e celebrando a prisão de apoiadores do ex-presidente, visando ocupar o espaço vago deixado pela repressão ao movimento conservador.

Este cenário já constitui um ataque gravíssimo aos direitos constitucionais fundamentais em uma democracia, como a liberdade de expressão e de associação. Contudo, o observado durante o processo eleitoral revelou-se ainda mais grave.

Quando chegaram as eleições presidenciais, boa parte da direita nas redes já havia sido dizimada pela perseguição, enquanto a Justiça não só fechava os olhos para as fake news e discurso de ódio dos grupos de esquerda, mas os chancelava. A Justiça Eleitoral chamou as agências de "Fact Checking", claramente alinhas à esquerda, para monitorar as redes. E influenciadores esquerdistas foram contratados pelo tribunal para fazer campanhas "pelo voto jovem" e "contra as fake news". Um deles chegou a ser convidado para uma entrevista pelo presidente da corte.

A direita sofreu censura sistemática, enquanto a esquerda teve liberdade para proferir mentiras e difamações. A exemplificação mais clara dessa situação é a decisão judicial que proibiu o então candidato Bolsonaro de chamar Lula de 'ladrão', ao passo que permitiu que Lula chamasse Bolsonaro de 'genocida', alegadamente sob o manto da liberdade de expressão.

Centenas de postagens críticas à esquerda foram removidas, empregando-se poderes autoatribuídos pela corte eleitoral — uma prática considerada ilegal pela PGR, mas que foi sustentada pelo Supremo. A ausência de meios de recurso agilizava a censura, resultando em multas horárias impostas às empresas responsáveis pelas redes sociais.

Chegamos ao ponto da censura a um post que trazia crimes dos governos petistas reconhecidos como verdadeiros pelo próprio tribunal, mas apresentados de uma forma que levaria à conclusão falsa, a saber, que o responsável seria Lula. O ex-presidente nunca foi acusado desses escândalos nos governos petistas, portanto, nem pode se defender. Trata-se de 'desordem informacional', sentenciou o ministro Lewandowski na sua decisão. Posteriormente, Lewandowski foi convidado a ser ministro da Justiça de Lula.

De forma similar, um documentário sobre o atentado contra Bolsonaro sofreu censura prévia, sob a justificativa de que poderia prejudicar a imagem de Lula. 'A Constituição proíbe a censura', declarou a ministra Cármen Lúcia, 'contudo, vivenciamos um momento excepcional', evidenciando um aparente dilema moral, no qual ela optou pela censura, num voto decisivo, já que a decisão foi tomada por 4 votos a 3. Nem o regime militar chegou a tanto. As obras censuradas pelo menos eram revisadas pelos censores antes de se chegar à decisão de censurar. No caso do documentário em questão, a obra foi censurada sem que os censores tivessem avaliado o material. A censura prévia virava censura preventiva.

Em 2013, à medida que uma significativa parcela da população brasileira passou a reconhecer a corrupção sistêmica e a demandar mudanças profundas, surgiu uma esperança alimentada pela prisão de corruptos e pela eleição de um presidente desalinhado com as práticas estabelecidas do poder.

Frente à anulação das condenações relacionadas ao maior escândalo de corrupção já registrado, e à evidente instauração de um estado de exceção, ocorreu uma forte reação de indignação popular. Esta reação tem sido utilizada como motivo para intensificar a repressão e suprimir direitos constitucionais fundamentais, um padrão recorrente na história, na absurda lógica da necessidade de se instalar uma ditadura para 'salvar a democracia'.

Nenhuma ditadura se estabelece declaradamente sobre o autoritarismo. Todas proclamam representar a mais autêntica manifestação da 'vontade do povo' ou da própria 'democracia'. Em determinadas situações, a distorção chega ao ponto de se refletir no nome oficial do país, a exemplo da República Popular Democrática da Coreia.

Segundo Alexander Soljenítsin, o escritor russo que conseguiu dinamitar qualquer resquício de suposta superioridade moral do regime soviético, ao expor uma sistema de repressão política jamais visto, o Arquipélago Gulag, com centenas de campos de concentração para dissidentes políticos, falava que a base de qualquer regime totalitário é a mentira.

Um regime totalitário se consolida quando as pessoas abraçam e vivenciam as mentiras, seja por necessidade ou em busca de vantagens pessoais, afirmava Soljenítsin. A partir desse momento, torna-se quase impossível distinguir entre a realidade e a propaganda, o que beneficia enormemente o trabalho da elite inescrupulosa no poder, para manter o regime repressivo de pé.

Para não cair nesse buraco negro humanitário, é responsabilidade de cada brasileiro expor a verdade: o Brasil não é mais um país livre. E não há como defender a democracia através de práticas totalitárias.

 

Texto original: https://twitter.com/leandroruschel/status/1766546955075748273

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